Xinando - Cartoon
Cartoons made in Açores

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Os Enrascados 014 - Desemprego 2

Muitas das causas do desemprego são as exigências de quem procura emprego, que não admite fazer determinados tipos de trabalho. É certo que se a pessoa estiver ocupada num emprego que não gosta, poderá deixar passar uma boa oportunidade que lhe passe ao lado, mas daí a recusar tudo o que aparece, poderá ser falta de vontade de trabalhar.

Mas é possível ver a coisa por outro prisma: as entidades oficiais esforçam-se por divulgar as ofertas de emprego que vão surgindo, mas algumas destas ofertas nem deviam ser divulgadas, por integrarem condições à partida ilegais. Algumas dessas ofertas incluem remunerações abaixo da média, horários vergonhosos (em termos de horas diárias e de dias semanais), às vezes não dão direito a dia de descanso semanal, nem a férias. Muitos são trabalhos regulares, para funções que o potencial empregador quer ver desempenhadas todos os dias, mas com contratos extremamente curtos, para não dar direitos aos "escravos" a contratar.
Existem vários sistemas de apoio às empresas/entidades para empregarem profissionais em situação de primeiro emprego, estágio profissional, etc. Estes jovens aprendem a primeira grande lição da vida profissional no final deste período de estágio: são simplesmente carne para canhão, pois virá outro parvo para o próximo estágio, porque é mais barato para o empregador do que integrar o estagiário nos seus quadros.

Outra ironia do destino é o que se passa com os imigrantes. Geralmente são elogiados porque vieram para cá e, mesmo sendo médicos e engenheiros, trabalham na construção civil, em limpezas domésticas, etc., enfim, em tudo o que nós não gostamos de trabalhar. Usa-se este exemplo para criticar quem não quer trabalhar, mas aqui há que ver a relatividade dos rendimentos destas actividades com os rendimentos médios nos países de origem ... a ironia é que se um de nós for para o estrangeiro, como muitos foram para os Estados Unidos e para o Canadá, a situação poderá ser a mesma: para quê puxar dos galões pela formação académica quando há um trabalho bem pago para fazer ... simplesmente isso: BEM PAGO para os padrões do país de origem.


Cartoon de 06 Março 2004

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

SG 21 - Relatividade

A realidade individual de cada um marca a forma como o mundo é visto, definindo claramente os limites individuais para classificação de determinados fenómenos. Esta forma de ver as coisas faz com que o que é muito para uns seja pouco para outros, é mesmo tudo relativo.
Uma nota de cem euro, por exemplo, acredito que signifique muito pouco para algumas pessoas, quer por terem mais do que suficiente e acharem aquela quantia banal, quer por eventualmente trabalharem em alguma situação em que lidem com dinheiro vivo e estejam habituados a vê-las. Para outras pessoas, no entanto, pode representar mais de metade do rendimento mensal e, além de lhe darem tanto valor por não terem tanto dinheiro, podem até considerar ofensivo os seus rendimento se resumirem a uma simples nota.
Na política, então, este fenómeno é ainda mais interessante, geralmente, quem fica em segundo numa eleição, perde, mas quem fica em terceiro, quarto, quinto, e mesmo em último, geralmente tem pequenas vitórias a comemorar, porque tiveram mais um voto que nas anteriores, porque tiveram mais um deputado eleito, porque quem ganhou perdeu votos ... enfim, depois ainda dizemos, que o povo português é pessimista ... talvez seja, mas isso é relativo!

Cartoon de 13 de Janeiro de 1995

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

MonoCultura 32 - Bloqueios

Em 2002, foi legalmente lançada a técnica dos bloqueadores de rodas, que tinham o objectivo de dissuadir aqueles condutores que estacionam de qualquer forma em qualquer lado. A ideia foi lançada como a grande solução para este problema, e parecia que estaria tudo efectivamente resolvido.
O resultado não foi tão convincente assim. Bloqueavam-se rodas e não havia reboques suficientes para rebocar os carros bloqueados. Até se deu o caricato de um morador ter chamado a polícia, numa sexta-feira, porque havia um carro estacionado na porta da sua garagem, e ele não podia tirar o seu carro. Resultado: bloquearam a roda do infractor, mas o reboque da polícia não estava disponível, e só lá foi remover o carro bloqueado ... na segunda-feira! ... e o queixoso ficou com o carro na garagem todo o fim de semana.

A verdade é que não tenho visto para aí carros bloqueados, embora ainda muitos o mereçam ... acho que a solução milagrosa pediu a reforma antecipada.

Nos dias que correm, já existem naturais bloqueadores de ruas: chamam-se empreitadas, são de variadas naturezas, e estão em todas as ruas para onde necessitemos ir. As obras nos nós do Hospital e de Belém são exemplo disso: regularmente muda-se os trajectos, para a obra continuar, o que lança o caos.
Quanto a essas mudanças, são males necessários, o pior é o vício de colocar condicionamentos ao trânsito. Esta semana, uma grande extensão da variante a Ponta Delgada, entre o nó do hospital e a saída para a Relva esteve um dia inteiro com a faixa da direita suprimida. Nas várias vezes que por lá passei, não vi vivalma a trabalhar, nem tão pouco qualquer sinal de intervenções (nem pintura de linhas, nem roçar de bermas, nada). Se não foi para fazerem nada, parece-me que deve ter sido para matar o vício de pôr e tirar aqueles bilros do chão ...


Cartoon de 17 de Janeiro de 2002
Publicado no Portal Virtualazores

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Os enRASCAdos 012 - Expediente 3

Há vários métodos de trabalho. Entre eles está o trabalho efectivo e o trabalho falado.
Quantos profisionais não passam mais tempo a dizer que têm muito que fazer do que a trabalhar? No entanto, como estão sempre a dizer que têm muito que fazer, aos outros parece que eles estão a trabalhar muito.
Outros ocupam-se a trabalhar, mas por não se queixarem, aos restantes parece que devem ter pouco nada para fazer.


Cartoon de 5 de Março de 2004

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Na Tasca 19 - O Banqueiro

Há algum tempo, bastava ter sido membro de qualquer governo para arranjar logo uma dúzia de cargos. Agora, talvez alguns dos menos conhecidos apaguem dos respectivos currículos eventuais passagens pelo governo, não vão ser excluídos do acesso a algum emprego ... por má formação!

Em Portugal, sempre houve uma facilidade tremenda de DAR cargos a ex-governantes, de tal modo, que só lhes bastava dar o nome e receber um ordenado chorudo, e nem era preciso pôr os pés nessas empresas ... era como o Cristiano Ronaldo, que não precisa ter conta no BES, mas que dá a cara que se farta, pela devida contrapartida financeira. A pequena diferença, é que o Cristiano Ronaldo aparece ...

Alguns super-heróis ex-políticos conseguem mesmo acumular cargos em conselhos de administração e/ou consultivos em várias dezenas de empresas ao mesmo tempo, o que não parece humanamente possível, mas é concerteza economicamente simpático.
Por um lado, prefiro sinceramente que estes senhores trabalhem, se com isso o estado fosse poupado de lhes pagar reforma ou subsídio de desemprego, mas alguns até acumulam ordenado com reforma. Por outro lado, essa acumulação de cargos, tipo colecção de selos (quantos mais, melhor), é também um contributo para o aumento do desemprego nacional, pois outras pessoas poderiam estar a ocupar esses cargos ... claro que isso apenas valia se esses cargos fossem efectivamente necessários!

Cartoon de 14 de Novembro de 2008

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

MonoCultura 39 - Ministros

Resolvi adiantar uma das MonoCultura antigas, pois o momento é oportuno: tal como agora, em finais de Março de 2002, aguardava-se (im)pacientemente que Durão Barroso anunciasse a composição do governo. Então, uma coisa era certa: Paulo Portas seria ministro de certeza! Outra certeza era que Manuela Ferreira Leite também o seria, e era mesmo apontada para um super-ministério, ou para a acumulação de várias pastas ... infelizmente foi para as Finanças, meteu a ideia do défice na cabeça de todos os portugueses, lançou uma obsessão ... e tal como outros, eu fiquei mais pobre. Ainda hoje continuo a achar que, embora haja com certeza desajustes orçamentais graves, e Portugal não seja rico, esta senhora lançou uma moda, a do aperto cego, que será usada e abusada por várias gerações de governantes.

... mas voltando à VACA fria: amanhã serão oficialmente abertos os ovinhos surpresa dos Açores. Depois dos ovinhos dos secretários, aí então, cada secretário há-de ir abrindo os ovinhos dos directores regionais. E vamos continuar mais algum tempo nesta expectativa só comparável com os Óscares!

Cartoon de 31 de Março de 2002
Publicado no Portal Virtualazores

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Os enRASCAdos 013 - Desemprego 1


Aparentemente, esta é uma boa fonte de capital, pois o orçamento de estado também foi lá ...

Cartoon de 20 de Fevereiro de 2004

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

MonoCultura 59 - A Miss regressa a casa

Algumas vacas açorianas viveram na semana passada o momento da sua vida: foram à feira Agrovouga e tiveram direito a todas as mordomias e mais algumas.
Parece que até foram vítimas de assédio, pois estiveram a apreciar-lhes tudo e mais alguma coisa (o porte, as pernas, os quadris ...).
Agora que acabou a folia, como será o regresso das misses, já mimadas, às explorações típicas dos Açores? ... agora, como se costuma dizer, é um tal descer marquês.
Cartoon de 04 de Novembro de 2008