A notícia de que o Ministério das Finanças deixou prescrever uma enormidade de processos de execução fiscal, eventualmente envolvendo valores algumas vezes maiores que o custo dos esforços e apertos a que estamos sujeitos (o tal cinto que nos aperta o pescoço...), foi motivo de escândalo. Não sei porquê. O Ministério das Finanças português não é nascido em Portugal? Então, está a perder dinheiro desalmadamente, como qualquer outro português que se preze.
Por outro lado, aceitar a ideia de que aquilo era só dinheiro para meter nos cofres do Estado, significa exactamente que estamos a engolir aquilo que nos querem impingir: a ideia de que as execuções fiscais são sempre justas e que o Estado tem sempre razão: será? A minha pele diz que já me entalaram injustamente várias vezes.
Outra prova de que o Estado é mesmo portuguesinho é ver que há grandes entidades, nas quais há participações do Estado (com ou sem Golden Share) que fazem transacções astronómicas e que conseguem, através de mecanismos legais (atenção, eu escrevi legais e não morais), evitar pagar um único cêntimo de impostos. Mais uma vez, uma "chico-espertice" à portuguesa.
Tudo isto só prova uma coisa: o Estado afinal compreende bem os portugueses, uma vez que também padece do mesmo infortúnio. Assim sendo, porque razão haveria de não ser ineficiente e, sobretudo, trafulha, como manda o DNA tuga?
Cartoon de 03 de Setembro de 2010
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